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Cada vez mais a Federação Internacional de Jiu-Jitsu (IBJJF) tem dado importância ao chamado “no-gi”, expressão em inglês para designar o Jiu-Jitsu “sem kimono”. Em algumas academias é possível encontrar um dia específico para o treino dessa modalidade mais casual, muitas vezes na sexta-feira. Em outros lugares há horários sagrados e definidos para o treino sem kimono.

A diferença mais profunda dessa modalidade, num primeiro momento, está nas pegadas. Há que se dominar a nuca, trabalhar esgrimas, isso sem falar que tentar dar aquela “amarrada” para descansar fica um pouco mais difícil sem o pano. É tudo no dobro da velocidade, e ainda escorregadio.

Mas como foi que os Gracie e seus pupilos começaram a vestir o sungão e deixar o kimono, por algumas horas, no armário? A moda teria ganhado força nos tempos de Rolls Gracie (1951–1982), professor de mente aberta que é considerado uma legenda na família. Sempre antenado em se testar em modalidades diversas, como o sambô e a luta olímpica, Rolls levava o que aprendia para dentro do dojô em Copacabana, onde difundia aos parentes e alunos.

Não foi, claro, a primeira vez que lutadores do Jiu-Jitsu vestiram a sunga no tatame.

O treino sem kimono também se fazia necessário com os treinos para os antigos combates de vale-tudo, modalidade nascida nos anos 1920 com grande mestre Carlos e que teve Helio Gracie, seu irmão George e depois Carlson como grandes representantes da família.

Muitos dos desafios no século passado eram realizados com o uso de kimono, e George Gracie teria sido o primeiro dos irmãos a se aventurar em lutas de vale-tudo sem o uso do traje oriental. Eram tempos em que a família do Jiu-Jitsu enfrentava muitos praticantes da modalidade “catch as catch can”, que em tradução livre significa “pegue onde puder pegar”. É uma luta também conhecida como Lancashire wrestling, estilo que nasceu na Inglaterra e é a precursora do catch wrestling, modalidade na qual o ex-campeão do UFC Josh Barnett é um de seus grandes expoentes.

Faixa-preta graduado por Rolls, Carlos Gracie Jr. manteve nos anos 1980 a rotina do irmão, incentivando o treino sem kimono nas academias, e anos depois impulsionou ainda mais o esporte com campeonatos como o Pan Sem Kimono e o Mundial de Jiu-Jitsu Sem Kimono, ambos criados em 2007, que além da bermuda preveem a camisa de lycra como uniforme.


Fonte:https://www.graciemag.com/2017/05/22/submission-grappling-uma-breve-historia-do-jiu-jitsu-sem-kimono/

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